MINHA TRISTE CIDADEdobrasdaleitura | Enquanto traduzo, ouço Bisan Owda @wizard_bisan1 falando da esperança que ela mesmo encontrou, contra o fundo da depressão que toma seus ânimos e sentimentos, ao ver, no meio da rua de sua cidade destruída, uma menina preparando alimento em volta de um forno de barro. Fato é que não há como desertar de sua própria terra (o que ainda resta é faixa dentro da faixa, algo menor que 43 km quadrados para 2,4 milhões de pessoas). Não há saídas, da casa que é o chão da Cidade de Gaza.
(no dia da ocupação sionista)
O dia em que vimos a morte e a traição,
A maré recuou
E as janelas do céu se fecharam,
A cidade prendeu a respiração.
Dia em que as ondas retrocederam; e então
O abominável abismo
Revelou seu rosto à luz.
A esperança foi reduzida em cinzas,
Enquanto a agonia da desgraça engolia
Minha triste cidade.
Sem um aceno, nem um eco
Foram-se as crianças e as canções;
A tristeza vergonhosamente rasteja
Em minha cidade, os pés ensanguentados.
O silêncio domina minha cidade,
O silêncio como o descanso das montanhas,
A noite escura, o trágico silêncio
Carregando o peso da morte e da derrota.
Oh, calada, minha triste cidade!
Na tempo da colheita, podem
Assim queimar os grãos e frutos?
Ai de mim! O fim da jornada!
Então há a esperança de parar a ocupação. Este é o pedido que faz Bisan: “STOP ECONOMY”, em um movimento de GREVE GLOBAL no dia 21 de agosto @globalstrikegaza atualizações em @humantiproject, Que nosso dinheiro não forneça mais o suprimento à opressão e aos crimes de aniquilamento de um povo.
O poema de Fadwa Tuqan fora escrito em 1967, logo após a Guerra de Junho, e então incluído no livro A noite e os cavaleiros (1969); recorri algumas outras traduções em espanhol, uma versão em inglês de Franklin Huntington e mais outra e, por fim, ao estudo de Norma Ismail Abu Hejleh sobre a poeta palestina (2013).
#FadwaTuqan
#FadwaTouqan
#فدوى_طوقان
#dobrasdapoesia
#umacartaparaduascrianças
#freepalestine #palestinalivre
#palestine🇵🇸