Há no silêncio da velha dobra
Que divide a vida como um papel,
O pisar leve da pena — e só,
Não sei bem por quê, tenho medo!...
— É a volta da mão ao passado
Que, vendo uma luz no futuro, vai
Escrevendo a vida pelo espaço
Em branco, como se um vento fosse
No longínquo céu, manso ou já morto
De cansaço, soprando – coração afora
Um segredo para ninguém ouvir...
Bateu a sábia hora... Um segundo toque
mais brando, ouço eu, no vaivém... e só
O rimar breve de um homem... — Espere!
Não sei bem por quê, tenho medo!...
— Ligeira a asa da tarde, a tristeza
atrasa o seu passo rumo à história...
E chora o relógio um pressentimento, um voo
Congelado no ar – o susto que atravessava
O espaço entre os livros à procura de um pouso —
Não é pássaro, nem uma palavra ou homem...
É apenas o outro lado da folha a descobrir.
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