13 de março de 2020

Água e vento como morada,

ou uma tarde sem coronavírus. Água e vento, a alegria. Vê?
Tão alheia à pandemia que está em minha cabeça, a alegria brinca. E ela me faz pensar que não sei se está com vírus ou logo cedo amanhã estará. Espero que não. A vida é uma doença crônica, mas a solidariedade vem à ela como remédio no momento da crise. Já os vírus não têm vida e precisam de nossa morbosidade e atropelo para viajarem. Esse é um tempo de fechar fronteiras, mas abrir janelas. Que venha o vento levar embora nossos miasmas. Desligue-se do ar condicionado. Deixe o ar respirar livremente. E lave suas mãos com o compromisso com o próximo. Lave-as com água, não lágrimas nem escândalos. Coloque a mão sobre a boca, fale baixo, não cuspa involuntariamente sobre as pessoas ou os alimentos. Nem todos os velhos são surdos, mas são frágeis. Asma, cardiopatia, diabetes e hiv são doenças de base. A vida é mesmo crônica. E todos precisam de alimentos, os velhos, as crianças e quantas há que apenas comem na escola, as populações de rua. Água e vento são elementos milenares de saúde. Tenha você uma casa para estudar o feng-shui, tenha essa população nada. O vírus impõe-se mais forte que a economia e a cultura, porém sua razão e sua generosidade podem se impor a eles. Um vírus impõe uma guerra mundial. Que vença a nossa humanidade. Água e vento. A alegria corre, vê?



foto e texto de peter O sagae

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